Na publicação denominada “Regiões de influência das cidades”, de 2008, o IBGE classifica Criciúma como Capital nível “C” (única em SC), ao lado das capitais nível “B” (Joinville, Blumenau e Chapecó) e “A” (Florianópolis).
Na última atualização, aquele estudo buscou “definir a hierarquia dos centros urbanos e delimitar as regiões de influência a eles associadas a partir dos aspectos de gestão federal e empresarial e da dotação de equipamentos e serviços”.
Ficou muito longe no tempo a “vila mineira “ dos anos 1950, que hoje, ao completar 85 anos de emancipação político-administrativa, ostenta a posição de 5° maior centro urbano do Estado, com perto de 200 mil habitantes, podendo ser considerada a capital mesorregional e maior centro comercial, industrial e de serviços de todo o sul catarinense.
Sede de importantes empresas e organizações, a Capital “C” de Santa Catarina apresenta, no entanto, inúmeros contrastes. Mesmo pagando pesado ônus à atividade carbonífera, que lhe deu o suporte econômico até os anos sessenta, a cidade hospeda hoje equipamentos urbanos modernos, como eficiente sistema integrado de transportes, arrojadas construções comerciais e residenciais, dois parques urbanos de grande extensão, o Centenário e o das Nações, em implantação.
Entre as carências apontam-se, na infra-estrutura urbana e de transportes, a necessidade de concluir a revitalização dos dois acessos municipais à BR-101e o Anel Viário Externo, o recapeamento asfáltico da Avenida Centenário, a relocalização da estação rodoviária, a construção de praças públicas nos bairros e uma repaginação completa dos passeios públicos, em mau estado de conservação, quando existentes.
A mobilidade urbana, tema há pouco tratado em seminário na cidade, é comprometida por causas diversas, como falta de planejamento, afunilamento do sistema viário sobre o eixo da Avenida Centenário, ruas estreitas, sinalização deficiente, lombadas em grande quantidade e fora dos padrões do CNT, além de outras.
A respeito, entende-se que, em vez de soluções simplistas, do tipo elevados, passarelas e abertura de ruas do centro, a solução do problema da espécie remete para medidas mais arrojadas, como conclusão do anel viário, extensão da linha troncal até a Rodovia Luiz Rosso, retirada do tráfego pesado do centro e o funcionamento do porto seco, além de outras.
Na economia, há sinais externos que indicam o crescimento dos setores de comércio e serviços, enquanto a construção civil continua de vento em popa.
Já a indústria de transformação amarga, há alguns anos, fase de pouco dinamismo, precisando ser revigorada, pois, dela depende, em grande medida, a retomada de melhor posição no ranking estadual do Valor Adicionado Fiscal (movimento econômico) e do índice de retorno do ICMS.
Na área de ciência e tecnologia, após um hiato de muitos anos em relação aos maiores centros do Estado, hoje despontam na cidade projetos com perspectivas concretas de materializar-se, como o Centro de Tecnologia de Carvão Limpo-CTCL, da SATC, em implantação e um Parque Científico e Tecnológico em projeto na UNESC, a funcionar junto ao IPAT, no campus de Sangão.
Finalmente, como conclui o Diagnóstico para a recuperação do município, entregue para a Câmara Municipal em 2008, é importante que Criciúma, além de divulgada, seja vendida como um produto e, para tal urge, além de atender aos requisitos mínimos de infra-estrutura urbana e rodoviária apontados, seja resolvido o problema da oferta regular de transporte aéreo, ampliada a rede hoteleira e criado um sistema moderno e eficiente de sinalização viária horizontal e vertical, a começar pelo segmento da BR-101, no território municipal.
Com esses requisitos básicos, cabe a formatação do produto “Criciúma”, a ser amplamente divulgado, usando o marketing adequado para tal, ao qual caberá o papel de exaltar as virtudes e potencialidades da cidade e município, de preferência contando com a parceria do setor privado local e regional, a quem muito interessa o desenvolvimento de Criciúma.